quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Primeiros Socorros

Introdução

A saúde é o bem estar físico, mental e social. Para mantermo-nos saudáveis é importante que tenhamos equilibradas as nossas necessidades básicas, tais como: fisiológicas (sono, alimentação), afetiva (auto-estima) e social (profissional).

Higiene são os hábitos corretos e equilibrados, que preservam a saúde. Pode-se dividi-la em: física (orgânica), mental (psíquica) e espiritual.

Conceitos Básicos da Anatomia e Fisiologia

Divisão do corpo humano

Divisão
Sub-divisão
Cabeça
Crânio, face
Pescoço
-
Tronco
Tórax, abdome, pelve
Membros
Superiores: ombro, braço, antebraço, mão
Inferiores: quadril, coxa, perna, pé.

Célula

É a menor unidade biológica funcional do organismo, é formada pela membrana plasmática, citoplasma e núcleo. Os conjuntos de células formam os tecidos, que formam os órgãos, que compõem os sistemas, caracterizando assim o corpo humano. Células necessitam de oxigênio, principalmente as células nervosas.

A um conjunto de órgãos, que participam juntamente do mesmo mecanismo funcional, denominamos sistema. São os principais sistemas:
Tegumentar (pele), Esquelético (ossos), Muscular (músculos), Nervoso (nervos e sentidos), Cardiovascular (coração e vasos), Respiratório, Digestivo, Urogenital e Endócrino.

Sistema Cardiovascular

É o sistema responsável pelo transporte dos nutrientes e do oxigênio para as células.

Sangue

É o líquido circulante nos vasos sanguíneos, sua composição básica é formada pelas:
Hemácias (ou glóbulos vermelhos): são responsáveis pelo transporte de O2 e CO2 unindo-os a hemoglobina (Oxihemoglobina (O2), Carboxihemoglobina (CO2))
Leucócitos (ou glóbulos brancos): são responsáveis pela defesa do organismo (resposta imunológica).
Plaquetas: possuem importante função na coagulação sanguínea.
Plasma ou soro: parte líquida onde se encontram as estruturam sólidas e os nutrientes.

Vasos Sanguíneos

São os canais de circulação do sangue. Estão divididos conforme o tipo e calibre, a saber:
Artérias: leva sangue que SAI do coração
Veias: leva sangue que VEM ao coração
Capilares: pequenos vasos que chegam a intimidades das células

Circulação

Responsável pelo trajeto do sangue por todo o organismo. Seu principal órgão é o coração que exerce função de bombeamento. É dividida em:
Pequena Circulação: É o trajeto do sangue percorrido entre o coração e o pulmão com o objetivo de oxigená-lo. Num esquema, temos: coração->pulmão (recebe O2)->coração.
Grande Circulação: É o trajeto do sangue percorrido entre o coração e todo o organismo com o objetivo de oxigenação dos tecidos. Num esquema, temos: coração->corpo->coração

Sinais Vitais

São valores que indicam o funcionamento básico do organismo. Qualquer alteração em algum dos sinais vitais pode estar relacionada a um distúrbio orgânico. Para tal, é importante conhecer seus valores normais. A saber:

Respiração: É o mecanismo responsável pela troca gasosa entre o organismo e o meio externo. Sua normalidade é de 15 a 20 MRpm (Movimentos Respiratórios por Minuto)

Terminologia
Ocorrência
Eupnéia
FR (Freqüência Respiratória) normal
Taquipnéia
FR acima de 20 MRpm
Bradipnéia
FR abaixo de 12 MRpm
Apnéia
Ausência de MR
Dispnéia
Dificuldade para respirar
Cianose
Coloração azul-arroxeada, Indica má oxigenação por deficiência respiratória ou problema circulatório.
Necrose
Morte celular por ausência de O2

Temperatura: É o equilíbrio mantido entre a produção e perda de calor do organismo. Sua normalidade oscila entre 36 a 37ºC.

Terminologia
Ocorrência

Hipertermia ou Febre
Valor igual ou superior a 37,4ºC
Aumentar os mecanismos de perda de calor como compressas frias na região axiliar, frontal e virilhas.
Hipotermia
Valor igual ou inferior a 35ºC
Aquecer o corpo

Pulso: São os batimentos cardíacos representados pela contração e dilatação das artérias. Denomina-se também por freqüência cardíaca (FC). Sua normalidade oscila de 60 a 100 bat/min (batimentos por minuto). Na verificação do pulso deve-se avaliar, além da freqüência, o ritmo e o volume.
Quanto ao ritmo: pode ser Rítmico ou Arrítmico
Quanto ao volume: (dilatação do vaso - “ondinha”): Cheio (onda maior - bradicardia) ou Fino (onda menor - taquicardia)

Terminologia
Ocorrência
Taquicardia
FC acima de 100 bat/min
Bradicardia
FC abaixo de 60 bat/min

Pressão Arterial (PA): É a pressão com que o sangue é lançado na corrente circulatória e a pressão com que atinge a periferia. Sua normalidade é de 120 X 80 mmHg, onde 120 é igual à pressão sistólica (máxima) e 80 é igual à pressão diastólica (mínima).

Terminologia
Ocorrência
Sintomatologia
Hipertensão
Pressão arterial elevada, pressão diastólica igual ou superior a 90 mmHg
Cefaléia (dor de cabeça), Escotomas (pontos luminosos).
Hipotensão
Pressão arterial diminuída, pressão diastólica igual ou superior a 50 mmHg
Sonolência, tontura ou vertigem, sudorese fria, mal estar e palidez.


Emergências Traumáticas

Em caso de emergência verificar se há algum médico a bordo, caso haja um anotar o CRM. Os medicamentos permitidos ao aeronauta são:

Medicação
Uso
Antitérmico (antipirético)
Temperatura
Antiemético
Enjôo
Antiespasmódico
Cólica
Analgésico
Dor
Colírio


Sistema Esquelético

O Sistema esquelético compreende:
Ossos (Epífese ou extremidade do osso e Diáfise ou corpo do osso) e são divididos em: longos (fêmur, rádio, tíbia), curtos (tarso), planos, achatados e irregulares (vértebras).
Cartilagem
Articulações (ou juntas) que fica entre duas ou mais extremidades ósseas que juntamente com os músculos, possibilitam a movimentação do corpo e permitem determinada elasticidade de movimentos.
Traumatismos

São lesões sofridas pelo organismo relacionado à ação de um agente físico e à força de impacto com o mesmo. Estão divididos em quatro tipos:

Fechados

São aqueles onde não há lesão do tegumento cutâneo. A pele permanece íntegra (sem rompimento). Os tipos de traumatismo fechados são:
Contusão: É uma lesão causada por algum impacto com acometimento do tecido subcutâneo, por isso conceitua-se por atrito entre os tecidos.

Sintomas
Dor no local, Edema (inchaço), Equimose (rompimento pequenos vasos) e Hematoma (rompimento de grandes vasos).
Tratamento
Gelo no local*, analgésico, repouso.
* A aplicação de gelo está presente no tratamento dos traumatismos fechados em geral.

Entorse ou Distorsão: São traumatismos que lesam as articulações. Tanto os sintomas quanto a forma de tratamento são iguais as da contusão.
Luxação: São traumatismos iguais a da entorse com um o adicional de perda de contato das superfícies ósseas, pode ser completa (afastamento total das superfícies ósseas) ou incompleta (afastamento parcial) e os sintomas e formas de tratamento iguais a da contusão. Nunca se deve fazer a redução das luxações, exceto as que ocorrerem na articulação temporomandibular ou maxilar.
Fratura: São traumatismos determinados por lesão óssea.

Sintomas
Dor intensa e constante, edema.
Tratamento
Imobilização, aplicação de gelo e analgésico

Técnicas de imobilização
- Utilizar talas rígidas e acolchoadas,
- Deixar as extremidades visíveis para avaliação da condição circulatória do membro,
- Jamais comprimir o foco de fratura.

Fraturas não articulares – Diafisárias
A imobilização deve abranger uma articulação acima e outra abaixo da lesão.

Fraturas articulares – Epifisárias
A imobilização deve abranger um osso acima e outro abaixo da lesão.

Abertos

Alteração sofrida pelo organismo causado por algum agente traumatizante, determinando rompimento da pele e conseqüente rompimento vascular. Ocorre no surgimento de ferida que deverá ser tratada para evitar infecções. São tipos de traumatismos abertos:
Hemorragia: É a perda de sangue circulante resultante de uma ruptura vascular. Toda hemorragia está relacionada ao tipo e ao calibre do vaso lesado.

Arterial – Sangramento abundante (contínuo) e pulsátil (em jatos) com a coloração do sangue vermelho vivo (rico em O2).
Venosa – Sangramento em grande quantidade de forma a escorrer, coloração do sangue vermelho escuro (rico em CO2).
Capilar – Sangramento pequeno, tendem a coagulação espontânea.

As hemorragias podem ser:
Internas – quando o sangue não é exteriorizado, fica acumulado em cavidades internas. – Externa – conceito oposto ao item anterior

Como forma de tratamento são consideradas 3 técnicas hemostásicas respectivamente:
Compressão do local – primeira conduta, após efetuar a elevação de membro afetado.
Compressão de artérias –
Garrote – que deverá ser o último recurso, deve-se afrouxar a cada 15 min por 30 seg pelo restabelecimento da circulação sanguínea.

Terminologia
Ocorrência
Otorragia
Sangramento do ouvido, pode ser sinal de fratura craniana
Epistaxe ou rinorragia
Sangramento nasal
Hemoptise
Sangramento nos pulmões
Hematemese
Sangramento do aparelho digestivo
Melena
Sangramento da parte alta do aparelho digestivo (estômago e duodeno)
Enterorragia
Sangramento proveniente de partes baixas do aparelho digestivo (reto e intestino grosso)
Hematúria
Urina com sangue
Metrorragia
Sangramento anormal do útero, fora do período menstrual

Choque Hipovolêmico: Ocasionado por hemorragias onde ocorra um perda acima de 20% do volume sanguíneo corpóreo.

Sintomas
Tratamento
Palidez, Sudorese, Pele fria e pegajosa, hipotermia, Taquicardia e pulso fino, inconsciência e Náuseas e vômitos.
Deitar a vítima, manter sua cabeça mais baixa que o corpo e elevar os membros inferiores.

Ferida: São lesões no tecido cutâneo, é importante efetuar assepsia do local para evitar infecções. Como tratamento é necessário verificar se a ferida está:
Com sangue – hemostasia, lavagem, anti-sepsia, curativo.
Sem sangue – lavagem (anti-sepsia), hemostasia, curativo.

São tipos de Feridas:
Escoriações – Causadas por superfícies ásperas.
Puntiforme ou Punctória – causadas por agentes pontiagudos (pregos e injeção)
Incisas – provocadas por agentes cortantes (lâminas de facas)
Contusas – originadas por grandes impactos (martelada)
Penetrantes – causadas por objetivos que invadem o organismo e atingem órgãos internos
Transfixantes – por objetos que atravessam o corpo com orifício de entrada e saída
Larcerocontuso – perda de tecido ou substância. Quando ocorre no couro cabeludo denomina-se escalpelamento.

Fratura exposta: É uma lesão óssea com rompimento da pele.

Sintomas
Tratamento
Dor intensa, incapacidade funcional (limitação de movimento), Edema e Hemorragia.
Iniciar com os cuidados à ferida, lembrando que JAMAIS se deve tocar nos fragmentos ósseos e tentar a redução. Apenas imobilizar

Particulares

Dividem-se em:
Craniano: Dividem-se em dois tipos:
Superficiais – Atinge o couro cabeludo com muito sangramento
Profundos – Divididos em Ósseos, Encefálico e Craniano encefálico (TCE).

Lesões Faciais: Aquelas que ocorrem no:
Olho – Lesões oculares onde o corpo estranho se apresenta fixo na conjuntiva (transfixantes ou penetrantes) proceder à lavagem com grande quantidade de colírio tipo lágrima e fazer curativo oclusivo. Não retirar o corpo estranho. Não permitir que a vítima esfregue o olho. Às vezes é necessário fazer curativo oclusivo no outro olho.
Nariz – Lesões nasais são também reconhecidas como epistaxe, devem-se tratar com compressão das narinas (pinçamento), cabeça para frente.
Ouvidos – Problema mais freqüentemente com crianças, nunca introduzir qualquer instrumento para tentar retirar corpo estranho. No caso de corpo estranho vivo deve-se pingar algumas gotas de óleo e deixar a cabeça virada para o lado afetado.
Boca – O maior cuidado deve ser a limpeza oral, a desobstrução das vias aéreas superiores.
Mandíbula – Tratamento básico consiste em imobilização.

Pescoço: Dividem-se em:
Esôfago – Responsável pela mastigação e deglutição, conduta consiste em manter jejum.
Vasos – Dividem-se em: carótidas (artérias); jugulares (veias), lesões nesses vasos determinam sérias perdas sanguíneas com difícil controle.
Traquéia – Tubo respiratório pela condução do ar aos pulmões, em caso de asfixia tentar golpes abdominais (Manobra de Heimlich). Com a vítima consciente colocar-se atrás e efetuar movimentos firmes para dentro e para cima abaixo do apêndice xifóide e inconsciente colocá-la de cúbito dorsal, cabeça lateralizada e realizar o mesmo movimento.

Coluna: Dividem-se em:
Cervical – Podem determinar tetraplegias ou até mesmo a morte deve-se ter cuidados no transporte. Imobilizar a cabeça e pescoço decúbito dorsal em superfície dura.
Torácico: São divididas em:
Fratura de costela – Sintomas são dor que aumenta com os movimentos respiratórios, dispnéia, edema e hematoma. Melhor forma de tratamento é administrar analgésico, enfaixamento torácico (caso haja dispnéia não efetuar este último) e aplicar gelo picado.
Lesão pulmonar – Seus sintomas são dor aguda, tipo pontadas, hemoptise, dificuldade respiratória e a principal delas que é o sangramento com bolhas(espumoso). A forma de tratamento curativo de 3 pontas, analgésico, oxigenoterapia (com vítima sentada) e repouso.
Podem surgir complicações neste caso: Pneumotórax que é ar na cavidade pleural e Hemotórax que é sangue na cavidade pleural.

Lesão Abdominal: Por não possuir proteção óssea, esta região do corpo é vulnerável a complicações por acometimento de órgãos internos (vísceras). São divididos em:
Superficiais – atingem apenas a pele
Profundos – Atingem as víceras ou órgãos internos, podem causar a saída das víceras pelo orifício. Nunca tentar recolher as víceras na cavidade ou remover o corpo estranho

Fratura da Bacia: Os sinais são dor no local, hematomas e incapacidade funcional, e a forma de tratamento consiste em deitar a vítima em superfície rígida e depois enfaixar.

Politraumatizados

É a vítima com lesões traumáticas em várias partes do corpo. Geralmente este é o tipo de vítima que encontramos no socorro a acidentes aéreos. O exame primário, os cuidados no transporte e os movimentos adequados, melhoram as condições de remoção da vítima e sua posterior recuperação.

Emergências Clínicas I

São alterações orgânicas que possuem diferentes etiologias. Podem estar relacionadas a patologias, acidentes, problemas circunstanciais, distúrbios metabólicos, etc.

Desmaio ou Lipotimia (Hipotensão Postural): É a perda repentina e transitória dos sentidos e consciência. Embora tenha variada etiologia é conseqüência da diminuição temporária de sangue (O2) no cérebro. Seus sintomas precedentes são: fraqueza e cansaço, sensação de falta de ar, tonturas, náuseas, sudorese fira, zumbido no ouvido, visão escurece, perda de controle muscular e queda brusca (mecanismo de defesa). A forma de tratamento varia em relação ao estado da vítima, se está prestes a sofrer o desmaio ou já sofrido, a ver:
Na Iminência – colocar a cabeça entre as pernas.
Na ocorrência – elevação de membros inferiores mantendo a cabeça mais baixa que o corpo, afrouxar as vestes e arejar o ambiente.

Alcoolismo (ou Etilismo): É a ingestão excessiva de álcool (etanol), os sintomas são dividas em três fases:
De euforia – O indivíduo encontra-se alegre, com tendência a maior ingestão de álcool.
Depressiva – Sonolência, incoordenação motora, vômitos e comportamento desinibido ou arrogante.
Grave – Queda de temperatura corpórea (hipotermia), pulso fraco, sudorese e por vezes coma alcoólico. Causa hipoglicemia (queda no nível de açúcar no organismo), neste caso a melhor forma de tratamento é oferecer algo doce abordando a pessoa com respeito e de modo seguro e coerente.

Hiperglicemia: Aumento de açúcar (glicose) no sangue, normalmente causada por fala de insulina (que é produzida pelo pâncreas). Normalmente o passageiro que sofre deste mal costuma carregar consigo medicação específica, devendo o comissário auxiliar na administração de medicamento.

Dispnéia: Dificuldade respiratória com presença ou não de cianose (deficiência de oxigenação sanguínea). É o principal sintoma da asma, doença de etiologia alérgica, que acomete os brônquios e habitualmente tem caráter crônico. O passageiro asmático geralmente é portador de medicação “bombinha”. Caso seja necessário administrar oxigenioterapia com a pessoa sentada. Todo passageiro em uso de oxigênio deve ser rigorosamente vigiado. Sempre que a respiração tenha se normalizado ou a cianose melhorado, interromper a administração, pois o excesso pode causar parada respiratória.

Insolação / Intermação: São causadas pela exposição excessiva ao calor, sendo a insolação causada pela ação direta dos raios solares e a intermação causada por ambientes fechados e com pouca ventilação. A forma de tratamento compressas de água no tórax, nuca, testa.

Diarréia (ou Cólera) e Colites: Doença que acomete o intestino caracterizando-se por alteração na freqüência e consistência das evacuações. A principal complicação é a desidratação e forma de tratamento a ingestão líquida e repouso. Havendo convulsão, a melhor forma de tratamento é deixar a vítima protegendo a cabeça até seu término.

Enjôo (Mal do ar)

- hipersensibilidade do labirinto (vestíbulo, cólera).
- tratamento – olhar fixo. / antiemético

Emergências Clínicas II

Fisionomia da Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, composta por várias camadas e reúne funções de grande importância para a manutenção da saúde. Suas funções são a de proteção (protege contra corpos estranhos), sensorial (terminações nervosas permitem a leitura da temperatura e do tato), regulação da temperatura (permite a dissipação ou retenção de calor) e provém equilíbrio hidroeletrolítico (controla a perda de água e eletrólitos como sódio, magnésio, potássio, etc).

As camadas da pele são:
Epiderme – É a camada externa da pele,
Derme – É a camada mais interna da pele, é composta de vasos sanguíneos e nervos.
Hipoderme – Camada composta de tecido gorduroso.
Queimaduras: As queimaduras determinam lesões tissulares, isto é, acometem os tecidos de revestimento do corpo. Suas causa podem ser: Físicas: calor, frio ou eletricidade; Químicas: substâncias químicas acidas ou alcalinas; Radiações: raios solares ou substâncias radioativas.

As queimaduras se classificam em:
De 1º Grau – São as mais superficiais, lesam a epiderme, suas características são dor no local e vermelhidão. São exemplos comuns as queimaduras solares.
De 2º Grau – Atingem a epiderme e derme, causa flictenas (bolhas) e ocorrem geralmente por queimadura por líquidos ou brasa.
De 3º Grau – Lesam tecidos mais profundos com a hipoderme.
De 4º Grau – Lesam músculos e ossos.

A principal complicação de queimaduras está na infecção e perda de líquidos e eletrólitos. Considera-se pequeno queimado aquele que sofreu acometimento de queimadura em menos de 15% de sua superfície corpórea e grande queimado acima desta percentagem. No tratamento não se deve furar as bolhas, administrar analgésicos e oferecer líquidos.

Intoxicação: São causadas pela ingestão, inalação, inoculação ou contato cutâneo de substâncias que desencadeiam respostas orgânicas de intolerância geralmente de caráter alérgico ou anafilático. Seus sinais quando ingeridos são lesões na boca, hálito diferente, transpiração abundante, quando inalado produz vertigens, desmaio. A forma de tratamento geral é a de induzir o vômito com menos de 4h de ingestão se não for substância não corrosiva. Quando for caso de intoxicação por monóxido de carbono administrar oxigênio terapia.

Emergências Cardiológicas: Dentre as várias ocorrências cardiológicas serão abordados as principais coronariopatias. Dor retroexternal.
Angina do peito – Caracteriza-se pela diminuição do fluxo sanguíneo na musculatura cardíaca. Tem curta duração (30 min), melhora com repouso e uso de vasodilatador*.

Sintomas
Tratamento
Sensação de angústia e formigamento
Oxigenoterapia e * se uso do PAX ou médic

Infarto Agudo do Miocárdio – É a ausência de fluxo sanguíneo na musculatura cardíaca, causando necrose miocárdia. Tem longa duração (+ de 30 min).

Sintomas
Tratamento
Sudorese intensa, dispnéia aguda.
Oxigenoterapia e vasodilatador coronário (se uso do PAX). A dor não melhora com o tratamento.

Parada Cardiorrespiratória (PCR) – É o cessar súbito da atividade mecânica e ou elétrica do coração, acompanhado de falência respiratória.

Sintomas
Tratamento
Apnéia, Inconsciência, Cianose.
Manobra de Reanimação
A manobra de reanimação consiste em deitar a vítima em superfície dura, decúbito dorsal e hiperextensão da cabeça. O ritmo da manobra deve ser de acordo com a tabela abaixo:

Número de Socorrista
Massagem Cardíaca Externa (MCE)
Respiração Artificial (RA)
01
15 X
02
02
15 X
02

Afogamento: A vítima removida da água é reconhecida como afogado. Dividiremos o afogamento em dois tipos clássicos.
Afogado Cianótico – Vítima que sofreu asfixia pela água. Apresenta obstrução das vias respiratórias por inundação (acúmulo de água nos pulmões).

Sintomas
Tratamento
Cianose, pulso fino, respiração superficial e irregular.
Posicionar a vítima em decúbito ventral, colocar os braços flexionados sob a região torácica e exercer compressão na região lombar além de Oxigenoterapia sem RA

Afogado Pálido – Vítima que se apresenta em parada cárdio respiratória por obstrução das vias respiratórias devido ao fechamento da glote.

Sintomas
Tratamento
Apnéia, Ausência de pulso, inconsciência.
Desobstruir as vias aéreas superiores, estabelecer a manobra de reanimação cardiopulmonar (MCE X RA) descrita acima.

Emergências Obstétricas

Terminologia
Aparelho reprodutivo feminino (Estruturas)
Gestante – mulher grávida
Membrana amniótica – membrana que envolve o concepto (feto e anexos)
Parturiente – mulher em trabalho de parto
Líquido amniótico – meio onde se encontra o feto, possui função de proteção mecânica
Puérpera – mulher após o parto e 1º mês
Placenta – estrutura de trocas materno-fetais
Embrião – concepto até 2º mês de vida
Cordão umbilical – une o feto à placenta, possui 2 artérias e 1 veia, mede 70 cm.
Feto – concepto a partir do 3º mês até o nascimento
Feto – ao nascer tem comprimento de 50cm, peso de 3,7kg e FC* de 140 bat/m aprox.
Recém-nascido – concepto após o nascimento e durante o 1º mês de vida
Útero Gravídico – Posição do feto dentro do útero recebe o nome de apresentação:
Aborto – expulsão do concepto até a 22º semana de gestação
Cefálica: mais comum e ideal para parto normal, Pélvica: de nádegas, Transversa.
Parto – expulsão do feto e anexos a partir da 22º semana de gestação
* Freqüência Cardíaca
Considerações com gestante a bordo:
- O vôo está contra indicado a partir do 8º mês de gestação,
- O uso do cinto de segurança deve ser posicionado no baixo-ventre, com auxílio de um travesseiro,
- Preferencialmente, deve ocupar lugar na cauda do avião,
- Deverá sempre ser acompanhada pelo comissário(a),
- Em caso de perda de líquido (ruptura de bolsa) está indicado o repouso.

Parto

Sinais Indicativos:
- Dilatação
- Perdas vaginais como:
Catarro sanguinolento (tampão)
Líquido amniótico (ruptura da bolsa)
- Contração uterina,
- Cólicas no baixo ventre, característica do período de dilatação, dolorosas e rítmicas.

Conduta:
Durante o trabalho de parto:
- A parturiente deve estar sentada na poltrona com inclinação máxima.
- Controlar as contrações (duração e intervalo)
- Controlar os sinais vitais
- Avisar ao comandante
- Solicitar médico ou para médico a bordo

No parto:
- Posicionar a parturiente (posição obstétrica)
- Manter a privacidade da parturiente
- Remover roupa íntima
- Lavar as mãos e calçar luvas
- Lavar com água e sabão a região externa da vulva
- Fazer anti-sepsia

Orientar a parturiente para:
- Fazer força para baixo durante as contrações, descansando nos intervalos.
- Deixar o feto sair naturalmente e posicionar-se para ampará-lo (expulsão do feto)

Cuidados com o Recém-nascido:
- Desobstruir vias aéreas superiores: retirar secreção da boca com auxílio de uma gaze envolvida no dedo mindinho.
- Fazer dois clampeamentos no cordão, 4 dedos acima da barriga do Recém-nascido e cortar o cordão no meio dos dois clampeamentos
- Manter a cabeça inclinada para baixo (45º) para favorecer a drenagem postural e mantê-lo aquecido. Secundamento ou dequitação é à saída da placenta e anexos. O tempo normal é de 15-20 minutos. Decorrido este tempo efetuar massagem abdominal auxilia na contração uterina e conseqüentemente saída da placenta.
Regulamento Sanitário Internacional

Prevê a obrigatoriedade da vacinação aos viajantes internacionais. A obrigatoriedade é determinada dependendo das exigências do país de destino.

Terminologia

Terminologia
Ocorrência
Endemia
Doença que ocorre constantemente em determinada região
Epidemia
Doença de rápida difusão, em determinado local, ou surto agravante de endemias
Epidemiologia
Estudo do aparecimento e a evolução das doenças
Agente etiológico
Agente infeccioso, causador da doença.
Profilaxia
É um conjunto de medidas que visam à prevenção, tratamento, controle e erradicação das doenças.
Patogenia
Mecanismo pelo qual se desenvolvem as doenças
Período de Incubação
É o tempo decorrido entre o contágio até o aparecimento dos primeiros sintomas de uma doença
Fase Aguda
É o período onde estão presentes e exacerbados, os sinais e sintomas da doença
Fase Crônica
Período onde a sintomatologia da doença desaparece, porém o indivíduo não atingiu a cura.

Doenças Endêmicas

Malária
Agente Etiológico
Período de Incubação
Transmissão
Sinais e Sintomas
Epidemiologia
Profilaxia
Plasmodium (anopheles)
12 dias
Picada de mosquito (acesso endêmico)
Calafrios, febre, cefaléa e sudorese intensa.
Tem prevalência na básica na Amazônia e Mato Grosso
Cloroquina tratamento com dose semanal

Doença de Chagas (Principal doença endêmica, junto com esquistossomose)
Agente Etiológico
Período de Incubação
Transmissão
Sinais e Sintomas
Epidemiologia
Profilaxia
Trypanossoma
Cruzi (vive inset barbeiro)
5 a 14 dias
Picada de inseto (barbeiro)
Edema e problemas cardíacos
Região sul, habitações rudimentares
Habitação e higiene adequados
Esquistossomose (“Barriga d’água ou “Mal do Caramujo”
Agente Etiológico
Período de Incubação
Transmissão
Sinais e Sintomas
Epidemiologia
Profilaxia
Schistossoma
Manzoni, ciclo de vida no caramujo
4-6 semanas
Através das cercarias que estão na água de rios
Dor nas pernas e aumento do abdômen
Nordeste do Brasil e interior de MG e SP
Químicos (remédio), Físicos (fossa)

Cólera
Agente Etiológico
Período de Incubação
Transmissão
Sinais e Sintomas
Epidemiologia
Profilaxia
Vibrião da cólera (bactéria)
1-3 dias
Ingestão de alimentos ou água contaminados
Diarréia aquosa, desidratação rápida
Países da América do Sul, Ásia e África
Higienização dos alimentos e da água

Febre Amarela
Agente Etiológico
Período de Incubação
Transmissão
Sinais e Sintomas
Epidemiologia
Profilaxia
Vírus vive no inseto Aedes Aegypti
3 a 6 dias
Picada do inseto
Febre alta, calafrios, melena, dores nas costas
Amônia e Oeste da África
Vacinação (válida por 10 anos)

Dengue
Agente Etiológico
Período de Incubação
Transmissão
Sinais e Sintomas
Epidemiologia
Profilaxia
Vírus vive no inseto Aedes Aegypti

Picada do inseto
Febre, Cefaléia, dores musculares
Países subtropicais como América do Sul
Analgésico exceto AAS

Doenças Infecto-Contagiosas

Tuberculose
Agente Etiológico
Transmissão
Sinais e Sintomas
Profilaxia
Bacilo de Koch (pulmonar)
Secreções das vias respiratórias
Tosse, Febre, Fadiga, emagrecimento e hemoptise
Vacina BCG, pasteurização do leite.

Meningite Meningocócica (Dor na nuca)
Agente Etiológico
Transmissão
Sinais e Sintomas
Profilaxia
Bactéria meningococos,
Secreções das vias respiratórias
Rigidez na nuca, febre, cefaléia, vômitos em jato.
Vacinação
Obs: causa inflamação nas membranas que envolvem o cérebro e medula espinhal (meninges). Pode levar a morte ou deixar seqüelas irreversíveis
Hepatite (Tipo A e B)
Agente Etiológico
Transmissão
Sinais e Sintomas
Profilaxia
Doença provocada por vírus, que provoca lesão no fígado. Pode ser degenerativa ou inflamatória
A – Objetos, água e alimentos contaminados
B – Transfusão sanguínea
A e B – Contato inter-humano
Febre (mais comum na hepatite A), mal estar, Urina escura, Fezes esbranquiçadas, distúrbios gastrointestinais
Educação sanitária, controle em bancos de sangue cuidados com excreções e utensílios.

Medicina Aeroespacial

É um ramo da medicina preventiva que atua na profilaxia e no tratamento de problemas orgânicos e psíquicos decorrentes da atividade aeronáutica.

Atmosfera

Camada gasosa que envolve a terra e acompanha seus movimentos em torno do sol. Compõe-se de: 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 01% de outros gases. Está dividida em várias camadas:
Troposfera – 11Km (63.270 pés)
Tropopausa – 24 Km (79.920 pés)
Estratosfera – 70 Km (233.100 pés)
Ionosfera – 500 Km
Exosfera – 1.000 Km

Quanto maior a altitude menor é a Pressão Atmosférica, ao nível do mar é de 760 mmHg, já a 18.000 pés corresponde a 380 mmHg e está presente na Lei de Dalton: num reservatório fechado à pressão total exercida sobre a parede do reservatório é a somatória das pressões dos gases presentes.

Fisioanatomia Respiratória

Compreende as vias aéreas superiores, fossas nasais, faringe e laringe, a traquéia que se divide em dois tubos denominados brônquios e os pulmões. A respiração é responsável pela troca gasosa. Compreende dois movimentos distintos, a inspiração e a expiração.

Hipóxia

É definida como a diminuição da oxigenação dos tecidos (ou menor quantidade de O2 nas células). Quanto maior for a altitude, mais rapidamente se instalam os sintomas da hipóxia:

Altura (em pés)
Tempo de consciência
25.000
3 a 5 minutos
30.000
1 a 2 minutos
45.000
9 a 15 segundos
Como vimos no quadro anterior o tempo em que se apresenta os sintomas da hipóxia é proporcional à altitude acarretando sintomas da hipóxia, são elas: sonolência, inquietação, irritabilidade, cansaço, incoordenação motora, prejuízo no julgamento, cianose e inconsciência.

A Hipóxia está divida em:
Hipobárica: É definida como diminuição da pressão parcial do oxigênio nos alvéolos pulmonares e, conseqüentemente, nas células do organismo. Ocorre em altitudes superiores a 10.000 pés. Também chamada de mal da altitude ou mal da montanha.
Anóxia: É a fase onde ocorre deficiência de oxigenação do sangue nos pulmões (falta total de O2). Seu tratamento consiste em Oxigenioterapia. Pode ocorrer por duas razões distintas:
Hipóxia hipobárica – onde a pressão parcial de oxigênio está diminuída (acima de 24.000 pés), não ocorrendo a difusão do oxigênio para o sangue.
Hipóxia hipóxica / hipoxêmica – causada por problemas pulmonares como pneumonia, câncer de pulmão etc (falta parcial de O2).
Hipêmica ou Anêmica: Ocorre pela dificuldade no transporte de oxigênio. As hemácias apresentam problemas para transportar o oxigênio por falda das mesmas. Estão relacionadas a anemias (ferroprivas, nutricionais) ou por intoxicação pelo monóxido de carbono.
Estagnante, Isquêmica ou Estátisca: É definida pela diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo e conseqüentemente deficiência de oxigenação das células. Está associada a problemas circulatórios como por exemplo à insuficiência cardíaca congestiva (ICC).
Histotóxica: Define-se pela deficiência de aproveitamento tecidual do oxigênio. Está relacionada a intoxicações das células por cocaína, estricnina, álcool ou cianureto. O tecido impregnado não absorve as moléculas de oxigênio.

Disbarismo

É a denominação que se dá às modificações orgânicas em decorrência da alteração da pressão barométrica, ou pressão atmosférica. Podem ser de dois tipos:

Aerodilatação: Dilatação de gases cavitários presentes em:
Aparelho digestivo – pode ser eliminado facilmente pela boca através do eructo e pelo ânus através dos flatos. Assim sendo, é possível promover a equalização das pressões. Caso haja algum impedimento para eliminação desses gases o indivíduo pode apresentar: aumento no abdômen, sensação de desconforto e cólicas. O tratamento, no caso, é mais de caráter preventivo evitando a ingestão de alimentos gases formadores e bebidas gaseificadas.
Ouvido Médio (aerotite) – Dentre as demais cavidades é a de maior dificuldade de equalização. Possui 3 ossículos, martelo, bigorna e estribo que são responsáveis pela condução das ondas sonoras captadas pelo tímpano até o ouvido interno, também chamado de labirinto. Com a pressurização ou despressurizarão o ar no ouvido médio se altera, ocasionando aumento (após a decolagem) e redução (pouso) da pressão interna acarretando sensações desagradáveis. Para isso o indivíduo deve movimentar a mandíbula, bocejar e deglutir. Caso ainda persistam os sintomas, é indicada a manobra de Valsava, que consiste em fechar as narinas e a baça e exercer força de expiração. Os tripulantes, geralmente são afastados de vôo, por apresentarem-se gripados por ter esse problema a ver com o ouvido.
Seios da Face – São pequenas cavidades existentes nos ossos do crânio que associado a outros fatores (resfriados, sinusites, rinites), inclusive tempo de exposição, a pessoa desenvolve a aerosinusite, caracterizada por dor, que poderá ser frontal ou maxilar. O tratamento é a administração de descongestionante nasal e analgésico.
Alvéolos dentários – Situação de menor ocorrência, causadas pela dilatação de ar existente junto à raiz do dente. Nestes casos o passageiro deve receber um analgésico e procurar atendimento dentário assim que possível, pois pode estar com processos inflamatórios.

Aeroembolismo: Neste estudo são consideradas as alterações orgânicas decorrentes da oscilação da pressão atmosférica nos gases que se encontram dissolvidos nos líquidos corpóreos (lei de Henry relaciona gás líquido com pressão). Ocorre acima de 30.000 pés, é caracterizada pela presença de gás nitrogênio no sangue (bolhas de nitrogênio nos tecidos acumulados nas articulações). Seus sintomas estão presentes na pele chamada de creeps itch, nas articulações chamadas de bends, as mais comuns no pulmão chamada Chokes e no sistema nervoso central chamada starggers. Para todas elas a solução é a pressurização da cabine.

Hiperventilação

A hiperventilação consiste, basicamente, em respirar mais rápido do que o norma. O coração bate mais rápido e existe a sensação que não se consegue obter ar suficiente. Ao respirar em ritmo mais acelerado obtém-se oxigênio em “excesso”. Suas causas podem estar ansiedades, ataques de pânico, desordens ao nível do sistema nervoso central. Também é chamada de hipocapnia ou hipocarbia (menor quantidade de CO2 no sangue). Pode gerar alcalose e hipóxia cerebral. Sua forma de tratamento consiste em respirar em um saco plástico para que o CO2 possa ser inalado equalizando assim a relação de um para outro, restabelecendo a vida do indivíduo nesta situação.

Fatores Estressantes do Vôo

Radiações: Atravessam a atmosfera, vários tipos de radiação. As radiações denominadas de não ionizantes são do tipo das ondas luminosas, raios infravermelhos, ultravioletas, transmissão radiofônica, aquelas originadas de explosões solares, cósmicas etc. Outro tipo de radiação, as ionizantes, são ondas eletromagnéticas, responsáveis por causarem alterações celulares no organismo humano. As lesões, geralmente acometem a medula óssea e o fígado, que são os órgãos mais sensíveis a cargas excessivas de radiação.
Ruídos e Vibrações: O deslocamento da aeronave e o funcionamento de seus motores, determinam vibrações complexas. São transmitidas através da fuselagem e do ar e, ao atingirem o organismo, originam outros movimentos vibratórios, denominados de ondas de ressonância ocasionando desconforto e fadiga aérea.
Alteração do Ritmo Circadiano: Ocorre com o cruzamento de fuso horário (4 ou mais fusos tanto para leste como oeste) e altera o “relógio biológico”. Para tanto o sono é fundamental para adaptar o organismo ao novo horário, leva geralmente 24 a 48 horas.
Baixa Umidade no Interior das Aeronaves: O ar no interior da cabine é seco e refrigerado, há um ressecamento da pele e mucosas predispondo a epistaxe. As conjuntivas também ficam ressecadas, é recomendável aos usuários de lentes de contato retirá-las para evitar ulcerações de córnea. É muito importante a hidratação abundante.
Fadiga Aérea: Pode ser resumido como um esgotamento físico e psicológico.
Alimentação: ingestão excessiva de proteínas (carnes) e alimentos ricos em lipídios (gorduras) requerem maior quantidade de oxigênio para seu metabolismo.
Mudança de clima: grande diferença climática, por exemplo, sai de temperaturas muito baixas (negativas) e, horas depois, desembarca em regiões de intenso calor com temperaturas próximas a 40º C.
Enjôo: Doença relacionada ao movimento, o indivíduo pode apresentar palidez, sudorese, sonolência, uma discreta hipotensão, náuseas e vômitos. A seguir há alguns fatores que predispõe ao enjôo:
Reações Vagotônicas – ocorre por uma reação emocional, do tipo medo.
Excitação do labirinto – o ouvido interno é responsável pela sensação de equilíbrio, além da audição. Durante o vôo, as constantes oscilações de aceleração e vibrações determinam uma grande excitação do labirinto, surgindo então as náuseas e vômitos.
Excitação oculomotora – provém dos reflexos oculares.
Estímulos táteis – vide ao próprio nome, também contribui para a desorientação espacial.
Deslocamento de vísceras – provocadas pelo movimento da aeronave invertendo os movimentos viscerais
Estímulo olfativo – odores fortes ou desagradáveis podem desencadear o enjôo.

Para diminuir os efeitos da aceleração no organismo, em passageiros suscetíveis ao enjôo, pode-se orientá-los a:

- manter a cabeça apoiada numa mesma posição – diminui a excitação do labirinto;
- fechar as pálpebras, fazer uso de uma venda nos olhos ou fixar o olhar dentro de um ponto da cabine – diminui a excitação oculomotora;
- apoiar-se firmemente no assento da poltrona, fazendo leve pressão nos pontos de contato – diminui os estímulos táteis;
- afrouxar roupas e manter o ponto de ventilação sobre a cadeira, aberto.
- Pode ser oferecido uma medicação antiemética.

O enjôo a bordo, apesar de incômodo, não se constitui em ocorrência grave.

Um comentário:

Míriam disse...

Boa tarde Aline,Sou Enferª dou algumas aulas pra técnico de enfermagem e agora vou dar aula pro pessoal do senac e este trabalho sobre Primeiros Socorros q vc redigiu,muito bom mesmo,claro, preciso.Parabéns...